BEM (vem) VINDO





ENTRE SEM BATER, TIRE OS SAPATOS E TRAGA ALGUMAS MOEDAS



sexta-feira, 3 de junho de 2011

SHE

ela tem ainda essa necessidade descabida de sair suja das coisas, das pessoas, de pessoas. suja de vontade matada em gole insano de noite. em boca rasgada de alma fugida. suja.
ela tem ainda essa coisa de chorar em ônibus, de rezar para que o estranho note seu abismo. se delicie em seu abismo. e vire também queda surda e muda.
ela tem ainda, eu acho, as mil faces da lua de sonho, os mil sonhos da moça no quarto. os mil quartos da meia arrastão. o rasgo na pele, o rastro da pele.
embalada.





Um comentário:

  1. céu de vidro


    o tempo me (ex)pulsou
    a vida inteira
    e mudo estou
    para explodir em versos
    ao vento ligeiro

    não quero o céu profundo
    dentro em mim mas o que inflama
    toda a poesia que arde em chamas

    um jardim para meu fim:
    rumores de asas flores pássaros
    sobre todas as cinzas

    pedras sobre a terra
    pela última vez dispostas
    nos poros desatados deste corpo

    por trás dos sonhos
    sinto-me leve de meus pulsos
    que gritam toda a nódoa do mundo

    quem quiser saber o que fui
    afogue-se em meus poemas

    nesta manhã desventrada dos céus - o silêncio -
    ouço apenas o silêncio

    o tempo é escasso
    e quando o sol se pôr
    estarei livre dos sonhos
    de meus versos guardados

    tudo se esvai - até a dor do poema -

    a cova arde
    como um inferno de dante
    ah ! dirão: covarde

    e por toda (p)arte
    o meu amor é preciso

    agora um f(r)io denso me invade

    e por toda parte
    é o meu amor preciso

    - quero inventar um poema:

    um vento de seda -
    borboletas abanam as asas
    no silêncio cristalino

    meus versos inflamarão
    em todas constelações
    nacos da minha alma

    crepúsculo –
    após uma vida curta
    a noite se alonga...

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obrigada por me ler. SEJA SEMPRE.