agora você é alguém que eu costumava conhecer.
e toda vez que uma voz rouca atender o telefone vou saber que a noite tomou conta de tudo que era meu e teu e nosso. e que bebidas coloridas estão nos vasos do céu. na próxima parada prometo te cobrir com o cobertor velho aqui de casa e trocar a água das plantas e ter plantas. tem uma goteira que não para de pingar aqui do lado da cama e fico vendo o chão sendo limpo pela chuva a alma sendo lavada embora. aqui as coisas não se vão mais pelos ralos, não há ralos o suficiente para se ir. grande mesmo é o céu a noite. o interfone tocou tão calmo que pensei, só pode ser ele. ele toca assim devagar quando bebe, faz tudo devagar quando bebe. o gozo é eterno.
Um texto com fluidez realista ímpar. Envolvente, gostei muito. Aplausos!!!
ResponderExcluir